O FORDU-HUAMBO PROMOVE O DEBATE SOBRE A IMPORTANCIA DA INTERNET E DAS
REDES SOCIAIS NA DEMOCRATIZAÇÃO DE ANGOLA Tema comunicado pelo Sr José Gama,
Administrador e proprietário do Site noticioso online Club-K acompanhado de seu
colega que representa o Club-k em Luanda sr Lucas
O papel da internet no
desenvolvimento/democratização de Angola
Introdução
A Internet, segundo a wikipidia é o maior conglomerado de redes de
comunicações em escala mundial, e dispõe
milhões de dispositivos interligados pelo protocolo de comunicação TCP/IP
que permite o acesso a informações e todo tipo de transferência de dados. A internet oferece uma variedade de serviços, incluindo os
documentos interligados por meio de hiperligações da WORLD WIDE WEB (Rede
de Alcance Mundial), e a infraestrutura para suportar correio eletrônico e
serviços como comunicação instantânea e compartilhamento de arquivos.
A internet
nasceu, nos anos 60, no auge da
guerra fria, como conseqüência de uma disputa tecnológica na área militar por parte da DEFENSE ADVANCED RESEARCH
PROJECTS AGENCY (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada), conhecida como
DARPA. Esta instituição, segundo a
historia desenvolveu um sistema de
comunicação que funcionaria, mesmo se
partes das suas estruturas fossem destruídas numa guerra nuclear. O segredo era
uma rede de computadores acessível de qualquer lugar do mundo e com múltiplas
rotas de transmissão de dados. O sistema foi batizado de Arpanet e, em 1969, já
estava online. Assim nascia o embrião do que hoje chamamos internet. A transmissão daquilo que pode ser considerado
o primeiro email da historia aconteceu
em 29 de Outubro de 1969, nos Estados Unidos.
A internet é
o único meio de comunicação que em
apenas 4 anos conseguiu atingir cerca de
50 milhões de pessoas. Até 2003, cerca
de mais de 600 milhões de pessoas estavam conectadas à rede. Em junho de 2007 este número se aproxima de 1
bilhão e 234 milhões de usuários, segundo a Internet World Estatistics.
A China, EUA,
Índia, Japão e Brasil, são os cinco primeiros países que lideram ao acesso a
internet, a nível do mundo. O continente
Africano representa 7% dos usuários do planeta, segundo a Internet world statistic.
EM ANGOLA, EMBORA SE DIGA QUE O PRIMEIRO
LOCAL A SER USADO A INTERNET FOI NA
JAMBA, ANTIGO BASTIÃO DA UNITA, em finais da
década de noventa, há igualmente conhecimento que, o país começou, de forma
oficial, a consumir esta rede de
comunicação a partir de 1996. Mas antes disso, já se fazia o uso de
computadores e dos seus respectivos programas quanto que nas primeiras eleições
gerais de 1992 foram manejados pelo professor João Sebastião Teta.
Segundo
registro da INTERNET WORLD ESTATISTIC, de 2012, o nosso país
tem uma população de cerca de 20,139,765
de pessoas sendo que 2,976,657 (quase 3 milhões ) são usuários da internet. O
que se pressupõem dizer que apenas 14,8%
da população usa internet. Nos EUA, por exemplo 78,1% da população usa internet,
na Alemanha 83%, na Korea 82%.
Internet e o desenvolvimento pessoal das pessoas
É concebido que
quanto mais informadas e acesso a fontes
de informação terem as pessoas, mais
desenvolvidas elas ficam. Isso justifica a comparação os usuários africanos
com o resto do mundo. Estes
estão com cerca de 80% da sua população
a freqüentar a internet. No nosso caso Africano lidera o Egypto que tem 35,6%
da população a usar a net sendo o 20 do mundo.
Temos países como Congo Democrático que apenas 1,2% da população tem acesso a internet.
No caso
angolano, o numero de usuários na internet
tem vindo a aumentar em função da
facilidade do acesso por via da banda
larga, em que se pode ser acessada a partir mesmo de um telemovel. No passado
era necessário uma rede de telefonia fixa convencional o que nem todo mundo tinha, para
alem dos serviços serem caros.
Com a facilidade
que se tem tido para acessar a internet, no caso especifico de Angola tem se
usado com freqüência, para nos comunicarmos via email com amigos e familiares,
consultas para fins acadêmicos e cultura geral.
Há também quem use para
transações bancárias usando o home banking, embora seja um numero reduzido
porque requer-se cartão de credito da
rede visa ou máster card, e para alem de nem todos possuírem, as pessoas ainda
não tem confiança em usar os cartões on line.
Angola e as redes sociais
Até Dezembro de
2012, cerca de 645,460 angolanos terão
se inscrito no facebook, a maior redes social
do momento. O uso desta ferramenta mudou
a forma de estar dos internautas uma vez que lhes permite estarem actualizados e a interagir com o mundo. O facebook proporcionou também aos angolanos um novo formato de debate que
muito é necessário para aproximação das pessoas com divergências ideológicas.
Por isso mesmo, testemunhamos no
facebook, ministros e membros do executivos a interagirem com quem pensa
diferente num debate construtivo e ate
mesmo contraditório.
E obviamente os
angolanos que hoje tem acesso a internet tem uma mentalidade muito diferente.
Primeiro porque estão munidos de vários
instrumentos que os permite comparar e aproximar os factos.
As manifestações
Foi através das
redes sócias que em Março de 2011, foi convocada uma manifestação anônima que
inquietou o governo angolano e ao mesmo tempo mudou a forma de pensar das
pessoas. De iniciou, as pessoas, foram incutidas
por via dos órgãos de comunicação do estado que manifestação
significada confusão e desordem. Para dar sustento a esta campanha de
instrução, grupos de milícias criados no interesse do governo,
se infiltravam nas manifestações
para agredir os manifestantes e
conseqüentemente propagaram negativamente que os jovens manifestantes eram
confusionistas e inimigos da paz.
O recurso das
redes sociais para convocação de manifestações, trousse também coisas positivas
para o governo, no campo do apetrechamento das
novas tecnologias. Através dos seus
Serviços de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE), as autoridades ao sentirem ameaçadas e com
dificuldades no supervisionamento da actividade de intercepção e descodificação de
mensagens transmitidas na internet, recorreram, em 2011, a especialistas Israelitas para a compra de
aparelhos de alta tecnologia habilitados
ao rastreamento de mensagens electrônicas “on-line”. O
SINSE, mandou vir de emergência um grupo de 50 especialistas Israelitas
ligados as comunicações que chegaram a
Luanda, no dia 5 de Março. A tarefa
seria identificar a origem de um email que ameaçava “derrubar o Presidente José
Eduardo dos Santos, do poder, no dia 7 de Março”.
Como medida de
prevenção, naquela altura, o SINSE adquiriu e instalou em pontos
fulcrais da cidade de Luanda, sistemas de detenção de vultos
humanos com a capacidade de
lançar alerta a cenários parecidos a manifestação ou outras movimentações
humanas: Por exemplo se o aparelho for
instalado num edifício Dr Agostinho
Neto, terá a capacidade para identificar
movimentação ou concentração de pessoas na Caala que por sua vez lança as coordenadas
geográficas para o operacional vigilante
na central. O SINSE despacharia, de seguida, um operacional no local, da “confusão” e em caso de gravidade,
este lança o alerta para as forças de
segurança (policia de intervenção ou normal) para intervirem.
Foram também
comprados/facilitados, em Israel
aparelhos da mesma linha com a habilidade de detectar por via de um sistema semelhante ao GPS a
localização de aparelhos idênticos que
estejam a ser usados, em Luanda, numa freqüência diferente aos aparelhos em
uso oficial pelo SINSE.
A vantagem
que as convocação de manifestação via
internet/facebook, trousse ao governo foi
de o SINSE ter passado a modernizar-se e
a formar quadros para esta área.
O exemplo dos sites de informação
Hoje a internet
equivale a informação. E uma pessoa
informada é alguém que esta habilitada
em conhecer os seus direitos, e de ter poder de analisar fenômenos ao seu redor e
etec. Nos países desenvolvidos, os
governos fazem questão de ter as suas populações informadas porque são elas que
fazem crescer e dar seguimento ao rumo de uma nação. Já nos países com pouca cultura democrática é diferente.
Quanto menos instruídas as pessoas forem melhor, é para que os governos exerçam
influencia sobre a mesma e as manipulam.
Muitas vezes,
nas rádios do governo e em períodos pré eleitoral culpa-se a UNITA pela destruição da cidade do
Huambo. Ontem, ao andarmos pela cidade vimos prédios e casas com sinais de bombardeamento
de MIGs. Quem é informado sabe que a UNITA nunca teve MIGs
durante a guerra, logo se ela não tinha MIGs não pode ser ela quem fez
bombardeamentos aéreos a cidade do Huambo.
Também quem é
informado não aceita que a televisão lhe
diga que a sua escola ou o hospital da sua aldeia deve-se a visão de X ou Y ou
que é graças a magnanimidade de Z. Um
cidadão informado sabe que é dever constitucional e moral das autoridades cuidarem do povo.
Conclusão
Uma vez que queremos desenvolver o nosso país, e
desenvolvimento das pessoas equivale estar
bem informada, o que se deve fazer para reforçar ou para que a
informação chegue a todos?
No nosso
entendimento achamos que o governo e as iniciativas privadas devem ajudar ou
prestar assistência no seguinte:
- Acesso a
internet grátis nas escolas
- Toda a
população estudantil deve ter o seu
acesso a internet subvencionado pelo Estado. O Estudante não deveria pagar para
ter internet
- Os privados
devem criar mais jornais eletrônicos, com
acesso aos debates virtuais no sentido de alastrar a cultura de debate e
tolerância entre as pessoas.
- O Presidente
da Republica e seus respectivos ministros devem criar um email público para interagir com a
população e esta por sua vez encaminhar
reclamações sobre a conduta do
governador ou administrador da sua área
ou darem sugestões e idéias de como se poderia implementar alguma
política.
José Gama
Huambo, aos 10
de Maio de 2013
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