1.CRIAÇÃO DA RÁDIO ECLÉSIA
A
Rádio Eclésia, é uma emissora pertencente a Igreja Católica sob tutela superior
da CEAST-Conferência Episcopal de Angola e São-Tomé conforme com a Lei angolana
(nº 1 e 3 do Art. 24º da Lei nº7/06 de 15 de Maio-Lei de Imprensa).
A
Rádio Eclésia foi criada pela Igreja Católica aos 08.12.1954. Mas a sua
dinâmica em difundir com mais horas do que qualquer outra rádio em Angola, remonta
há 1964. Até 1969 era a única rádio que emitia 24 horas em toda a Lusofonia
africana. O que lhe configurava num nível cimeiro da comunicação social na
altura.
O
seu objectivo é imanente e transcendente. Seria o contrário mas tem que ser
assim: IMANENTE: “a Rádio Ecclésia tem um compromisso concreto com o homem na
sociedade – levá-lo a tomar consciência da sua situação e empenhar-se para
libertar-se de qualquer tipo de ESCRAVIDÃO e promover a completa liberdade e
dignidade de todas as pessoas, sem descriminação. É um órgão de informação que
interessa pela verdade e pela construção de uma paz verdadeira, sem tabus e
pelo direito e igualdade no género, reafirmando a educação da nova geração de
Angolanos e o desarmamento das mentes, zelando pelos valores cristãos.” Consta
assim do seu objectivo personalista. A Rádio Eclésia é um instrumento
TRANSCENDENTE: depois de a Rádio Ecclésia libertar o homem da escravatura
carnal EVANGELIZA-O para, livre, consciente, comprometido com a verdade, agente
da pastoral, então irá buscar seu Deus como fim último….
Em
suma, a rádio eclésia liberta o homem e a mulher de seus problemas do dia-a-dia
e depois liberta sua alma da escravatura do pecado e envia-o para o Deus
Todo-Poderoso por meio do Evangelho como um Pacto com Deus da Verdade e não com
Diabo, proprietário único da Terra do Pecado.
2.PERSEGUIÇÃO CONTRA A IGREJA CATOLICA
PELO MPLA, PROIBIÇÃO DA RÁDIO ECLÉSIA E CONFISCO DE SEUS BENS.
Terminada
a época colonial, o Dr. António Agostinho Neto proclamou a Independência
nominal de Angola e instaurou a ideologia política denominada DITADURA DO
PROLETÁRIO ou seja, o Marxismo inspirado na corrente filosófica do Carl Marx e
o Leninismo inspirado na URSS de Vladimir Lénine que fora o padroeiro da DITADURA
DO PROLETÁRIO de Angola que é a linha ideológica do MPLA até aos dias de hoje,
embora dissimulada no nevoeiro de uma democracia tutelar, próxima da ditadura
efectiva.
Assim,
S. Excelência o Dr. António Agostinho Neto, 1º Presidente do MPLA que por esta
via fez-se Presidente de Angola; mal se apossou do Poder, empenhou-se com toda
a sua força anímica a perseguir tudo e todos e não poupou, nesta altura, a
Igreja Católica. Exarou o Decreto n° 5/78, de 24 de Janeiro, que
confiscou a Rádio Ecclésia. Os motivos de confisco da Rádio não eram apenas
baseados no modelo ideológico-político adoptado pelo MPLA (Marxismo-Leninismo
que não acolhia o divino nas suas práticas, políticas, ideias e crenças), mas
também eram claros os excessos de Agostinho Neto, como Presidente de Angola,
que se dedicava à vingança contra a Igreja Católica, porque durante o Regime
Colonial esteve muito perto da Ditadura Salazarista. Desde a época da escravatura a igreja Católica era
acusada de endossar o comércio de
pessoas feitas mercadorias, derramando bênçãos sobre os navios negreiros, para
além do processo de evangelização ter implicitamente um currículo, que em muito, facilitou a expansão opressiva da
“Hegemonia do Homem Branco” contra os “pretos”. Dr. António Agostinho Neto
entendia que a Igreja Católica esteve mais ao serviço do Colono para abençoar a
opressão do povo, pregando deveres dos indígenas e derramando suas bênçãos
sobre os poderosos opressores pregando seus ilimitados direitos.
Assim,
suas emissões extintas, seus funcionários diabolizados considerados agentes da
CIA e do Imperialismo, considerados reaccionários e inimigos da Revolução ou
seja da Ditadura do Proletário. Desencadeou-se em Angola, com o aludido Decreto
Presidencial, a perseguições sem trégua: Os sumptuosos templos com suas torres
abobadadas foram transformados em quartéis militares e que os sinos tilintavam
sonoros para formaturas militares e não mais para Missas Solenes, Laudes e
Vésperas; os altares e seus ícones sagrados foram profanados e entre escárnios
e vilipêndios foram considerados “ópio do povo” pela Ditadura do Proletário.
Os
bens da Igreja foram pilhados, as missões e paróquias destruídas
intencionalmente e até hoje não foram nem indemnizadas nem reabilitadas pelo
MPLA que os destruiu e a Igreja ficou materialmente pobre dificultando ainda
mais a difusão do Evangelho;
Os
padres foram perseguidos e uns tantos foram mortos, as madres foram perseguidas
umas violadas sexualmente por tropas do regime pós- independência e outras
madres conheceram as masmorras; os catequistas e evangelistas foram forçados a
pegar em armas e ingressarem nas fileiras da ODP-Organização da Defesa Popular
e mais tarde da BPV-Brigadas Populares de Vigilância, ai de quem negasse, seria
considerado colaborador da UNITA, ou lacaio dos Sul-Africanos ou fantoche do
Imperialista Americano e a Minse-Disa se encarregava de matá-lo o mais
rapidamente possível.
Os Seminários
foram, vezes sem contas, invadidos pelas FAPLA para efectuar rusgas para
serviço militar obrigatório. Muitos Seminaristas com curso superior de Filosofia
e curso superior de Teologia, terminados com distinção, que não se consagraram
padres, ao saírem do Seminário para se enquadrar na vida social, o MPLA não
reconhecia a formação da Igreja Católica e eram forçados a recomeçar da 9ª
Classe ou seja: um licenciado cujo diploma não é reconhecido oficialmente, tem
que recomeçar na 9ª classe a estudar novamente com professores cubanos literalmente
incompetentes e cientificamente impreparados mas politicamente espiões
mercenários ao serviço da purga que era o empenho principal da Ditadura do
Proletário.
3.RECONCILIAÇÃO DO MPLA COM A IGREJA CATOLICA,
1ª VISITA DE UM PAPA A ANGOLA E A REABERTURA DA RÁDIO ECLÉSIA
Durante
largos anos, depois da II Guerra Mundial, entrou-se para a Guerra-Fria, que
opunha os capitalistas ocidentais liderados pelos EUA contra os Comunistas do
Leste liderados pela URSS de que Angola do MPLA é (era) satélite (acólito). O
mundo dos comunistas era um palco de propaganda, mentira e pobreza abjecta,
tudo mascarado com assassinatos, massacres e genocídios inimagináveis de que
Agostinho Neto editou no 27 de Maio de 1977. O mundo estava em degradação
perigosa e vozes se opunham à bipolaridade deprimente contra os direitos e
garantias fundamentais dos povos. As suas consequências eram desastrosas na
relação de poder entre os governados e os governantes. Neste rescaldo do
comunismo emergiram várias figuras e instituições. Mas aqui eu me vou dirigir
para duas figuras incontornáveis. Presidente da URSS, Mikhail Gorbachov e Papa
João Paulo II. Depois de suas lutas em arenas diferentes mas no fim de alguns
anos a URSS se desagregou. O Comunismo febril caiu! O símbolo mais temível era
o Morro de betão armado que dividia a Alemanha em duas metades que fora
derrubado em 1989 como símbolo material do derrube do Comunismo. Com a queda dessa
parede altíssima conhecida como Morro de Berlim, com ele a desintegração da
URSS, o MPLA do José Eduardo dos Santos, descobriu o valor e o peso
preponderante da Igreja Católica encimada pelo Papa João Paulo II. Na própria
vocação transpersonalista ou seja “ os fins justificam os meios” começou a preparar
a farsa da mudança do regime, pressentindo que, não tardaria Angola iria aderir à Democracia plural em que o poder será
endossado não mais pelas armas e dinheiro mas pelo voto popular.
Como
se antecipando no final da década de 1980, o Presidente José Eduardo dos
Santos, entendeu que os católicos representam mais ou menos 50% da população
total de Angola. E são uma instituição transnacional que consegue lavar
rapidamente a imagem de seus aliados quando bem reconciliados ou pelo menos se se
consegue enganá-los com falsas promessas de paz. Desta feita, a conquista do
seu voto traduziria uma vitória retumbante.
Antes
da assinatura dos primeiros acordos de Paz em Angola, que permitiu a entrada da
Democracia (tutelar) o Presidente de Angola (o mesmo desde 1979 até hoje 2016)
foi obrigado a se reconciliar com a Igreja Católica. Foi ai que surgiu a ideia
de convidar o Santo Padre, o Papa, João Paulo II a vir a Angola; “beijar” o
solo angolano, sempre acompanhado do José Eduardo dos Santos (como se de
acólito se tratasse) e, por este meio, passar-se-ia a imagem de que o MPLA de
José Eduardo dos Santos, que “despacha” directamente com o Papa, Sumo
Pontífice, o Santo Padre que também é Vigário de Cristo na Terra, pensara: é
certo que JES e seu MPLA estão acima dos Bispos angolanos, acima dos padres,
acima das madres, acima dos seminaristas e acima do Santo Povo de Deus (salvo
prova ao contrário) provavelmente acima do tal deus; e por isso nenhum,
absolutamente nenhum católico desviaria seu voto político para outro partido
que não fosse o MPLA, porque este feito já fora autorizado implícita e
superiormente pela visita Papal, amigo pessoal do Presidente de Angola, e
obviamente aliado político, o convidado lendário apesar da laicidade matricial
do Poder Político em Angola.
Assim,
em Junho de 1992, na véspera da primeira Campanha Eleitoral, o Papa João Paulo
II veio a Angola, primeira visita de um Papa desde a Ressurreição de Nosso
Senhor Jesus Cristo. Depois do histórico beijo ao solo angolano, o Papa
João Paulo II discursou: “…Trago comigo uma Boa Nova de reconciliação
e de paz para este amado povo, em cujo nome Vossa Excelência, Senhor
Presidente, quis dar-me as boas-vindas. Aceite a minha mais viva gratidão pela
sua presença, pelas deferentes palavras que me dirigiu, e ainda pelo REPETIDO
CONVITE A VISITAR O PAÍS… Senhor
Presidente, hoje o nome de Angola evoca já mundialmente um povo cioso da sua
liberdade e empenhado na construção da sua identidade histórica. Congratulo-me
convosco pela estrada que corajosamente iniciastes. Refiro-me à consolidação de
Angola como um Estado de direito, assente nos valores e nos princípios da vida,
da justiça social e do respeito mútuo. O País está a viver momentos cruciais
para a recta definição do seu futuro. Que ninguém desanime perante as inevitáveis
dificuldades! Encorajo todos e cada um, nomeadamente os responsáveis pelos
destinos da Nação, a que se empenhem cada vez mais no caminho da solidariedade,
por uma crescente entreajuda e aceitação mútua de todos os angolanos! A Igreja, não deixa de reafirmar a sua
vocação de serviço às grandes causas
do homem: ela continuará à criação e consolidação de relações fraternas,
apoiadas no diálogo e entreajuda…” (extracto
do Discurso do Papa João Paulo II, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro,
na Quinta-Feira, 4 de Junho de 1992).
E, para José Eduardo dos Santos,
inaugurando a democracia com a vinda do Vigário de Cristo em Angola, era uma
empresa e tanto: a impressão externa seria a conversão do Apóstolo São Paulo,
que de perseguidor passou a protector da Igreja! As províncias seleccionadas
para as visitas de campo do Papa João Paulo II eram aquelas províncias que o
MPLA não tinha esperança de ganhar eleições. Assim, as missas papais foram transformadas em
ablução do MPLA feita pelo Papa, antecipando a campanha eleitoral e sua vitória
igualmente antecipada e que a fraude eleitoral só viria a “enfeitar o bolo” do
MPLA: Benguela, Huila, Huambo, Cabinda e Luanda (salvo lapso de uma província
que não tenha mencionado creio que tenha sido também o Zaire). Sabemos que em
Angola quem ganha eleições nestas províncias decide o destino político de
Angola. “Piedoso” o MPLA de JES nimbado no catolicismo, transmitiu a ideia de
que o catolicismo é a religião oficial do Estado apesar de formalmente ser um
Estado Laico. Dessa “reconciliação” como um pacto, o MPLA prometeu a Igreja Católica
que iria devolver todo o património roubado à Igreja, reabilitariam as escolas
católicas, as paróquias destruídas pela guerra e as missões e os conventos das
madres. Ainda o MPLA prometeu que devolveria a RÁDIO ECCLÉSIA e cujo sinal
seria espalhado por todos os azimutes do País. Ledo engano, porque a
conta-gotas coisas mesquinhas foram sendo feitas a favor da Igreja. Mas a
maioria esmagadora dos bens e património roubado até hoje é cínica e
despudoradamente é usado pela Ditadura do Proletário ou seja o Poder Popular
instalado…
Assim,
em 1997 na sequência daquela pequena paz e a formação do GURN-Governo de
Unidade e Reconciliação Nacional, os Bispos Católicos, proprietários da Rádio
Ecclésia mobilizaram dinheiros, salvo melhor opinião, incluiu apoio financeiro dos
países europeus e meios sofisticados para modernizar as rádios eclésias nas 18
províncias foram comprados, antenas montadas e estúdios alguns já estavam na fase
de experimentação (Huambo e etc) hoje alguns meios de rádios foram devolvidos a
Luanda e outros estão a apodrecer nas Dioceses e arquidioceses simplesmente
porque o Governo do MPLA não autoriza aos Bispos que o Evangelho libertador
seja transmitido aos angolanos de 164 municípios e 557 comunas e aldeias por
meio da Rádio Eclésia. Os jornalistas bem treinados pela Igreja Católica nestas
províncias foram cooptados porque suas rádios não foram ao ar, e o sonho da
Igreja católica de ver sua rádio no ar do País está refém do capricho da
Ditadura do Proletário. E uma única emissora está confinada a Luanda e só esta
não faz a comunicação social. Apenas uma rádio provinciana.
4- 2ª VISITA PAPAL A ANGOLA, A EUROPA E
RÁDIO ECCLÉSIA
A Sede da Igreja Católica não é Luanda. Mas
sim Vaticano geograficamente confinado no interior de Roma, na Itália, país da
União Europeia. Os dois Papas que historicamente visitaram Angola (1992 e 2009)
João Paulo II e Bento XVI respectivamente voaram da Europa sua terra natal e
pastoral para Angola. O primeiro é Polaco ou seja da Polónia e o segundo é
Alemão portanto países da União Europeia. Em ambas visitas, os Bispos renovaram
informação de que o Governo Angolano continua impedindo politica e ideologicamente
a liberdade de imprensa por meio da Ditadura do Proletário, que não admite o
plural, a liberdade, a democracia e
sobretudo a paz social. O Governo prometeu em ambas as visitas papais que em
troca dos votos católicos em eleições, acrescidos de alguns dinheiritos
direccionados a certos elementos da igreja ao serviço da política activa, a
Rádio Eclésia iria ser ouvida em 18 províncias, em 164 municípios e em 557
comunas se, absolutamente, os Bispos todos dançassem a música do Regime Angolano
e que 24/24 a Rádio Eclésia se dedicasse apenas a transmitir a Ladainha e o
Terço (que Deus me perdoe pelo tom).
A
Igreja é coerente e o Governo não aceita a liberdade que não implica
subserviência ou implantação da cultura súbdita.
5.TENTEMOS NOS ANAIS DA HISTÓRIA
RECAPITULANDO O PAPADO VISTO POR ANGOLA:
Tal como a fraudulenta
vitória eleitoral de 1992 fora preparada com campanha eleitoral inaugurada pelo
Papa João Paulo II, depois de uma vitória eleitoral fraudulenta de 2008 com 82%
de votos que deu ao MPLA 191 Deputados dos 220 acentos parlamentares; a
semelhança de 1992, o MPLA do JES voltou a convidar o Papa e desta vez trata-se
do Sumo Pontífice, Bento XVI.
Coincidência ou não,
lembremo-nos de que o Bento XVI é o ex-cardeal de Munique, na Alemanha de que é
natural. Assim, dia 26 de Fevereiro de 2009, o Presidente de Angola José
Eduardo dos Santos visita a Alemanha. Durante essa visita, o Presidente anunciou
aos jornalistas o sistema atípico da Constituição Angolana que traria o modelo
e a modalidade de eleição do Presidente (cabeça de lista).
No mês seguinte,
propriamente as 12:38 minutos do dia 24 de Março de 2009 (salve correcção de datas),
o avião, um Boieng 777 da Alitalia, que transporta o Papa, aterrou no
Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro. O pontífice foi recebido pelo
chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, e
pelo primeiro-ministro, Paulo Kassoma, que acabava de ser apeado do
Governo Provincial do Huambo, com cargo efémero de 1º Ministro. Apesar do
pluralismo religioso desrespeitado, quando se trata de interesse político, o
Governo concedeu tolerância de ponto obrigando todos os angolanos de vários
credos ainda respirarem o catolicismo naqueles dias, pronto! As Forças Armadas,
Guarda Presidencial e Polícia Nacional estiveram no aeroporto para garantir a
segurança do Papa.
O
actual Papa, Francisco é natural da Argentina. O Embaixador de Angola na
Argentina Hermínio Escórcio, um dos líderes do Fraccionismo de 1977, genocídio
que vitimou 32 mil angolanos de acordo com os dados oficiais ao passo que as
Nações Unidas estimaram 80 mil. Esse Embaixador ex-chefe de Protocolo do
Agostinho Neto e seu braço directo, preparou o terreno argentino e sugeriu à
Igreja Católica algo inédito e insólito mas a Igreja não teve como negar e
obedeceu a sugestão do ateu: “Hermínio Escórcio, encontrou no ambiente
argentino uma diversidade religiosa num santuário internacional, com várias
denominações do mundo. “O sonho nasce ali, a realidade está a ser construída e
agora esperamos que Muxima ao invés de ser só na Muxima (Angola), já terá
uma peregrinação viva fora” de Angola começando na Argentina.” Assim, dia 09 de
Abril de 2013, de forma insólita e escandalosa, a estátua Sagrada, de Nª Srª da
Muxima em Luanda, fora removida do Icolo e Bengo, carregado no Boeing rumo ao
santuário da Lujan na Republica da Argentina, pelo Governo Angolano com ajuda
de 12 bispos, 23 padres, 14 freiras e 26 leigos que integrariam a caravana da
peregrinação para se entronizar a Mamã Muxima, na Argentina, terra do actual
Papa ou seja o Governo angolano usando os seus bispos e padres a fim de
impressionar o actual Papa iriam mesmo na sua terra natal ensinar a terra do
Papa a fazer o rosário e rezando à Virgem Maria, Mãe de Nosso Senhor Jesus
Cristo, a Mãe dos Pobres, a Castíssima Esposa do Carpinteiro, o São José.
Impressionante, mas o teatro carnavalesco-religioso não chamou atenção do Papa
Francisco.
Na última semana de Abril de 2014 e primeira semana de Maio, Angola acolheu
a 55ª Sessão da Comissão Africana dos Direitos Humanos da OUA, para analisar os
gravíssimos casos de violação dos Direitos Humanos em Africa no geral e em
Angola em particular. Enquanto o Centro de Convenções de Talatona em Luanda
acolhia esse magnífico evento de Direitos Humanos, o Presidente José Eduardo
dos Santos, desprezando o debate de Direitos Humanos, deslocou-se à Roma com a
1ª Dama, (a esposa dele); de forma abusiva, vulgar e impiedosa, foi novamente
convidar o Papa Francisco, a vir a Angola. Essa futura vinda como moeda de
troca o MPLA de JES levou consigo uma mochila cheia de promessas (vãs e
publicidades enganosas) e desta vez levaram para o Papa um “esqueleto” ou
“maqueta” de igreja e prometeram que se o Papa vir a Angola, o Governo irá
construir a maior Basílica de Africa, tratando-se de requalificar a Igreja da
Nª Srª da Muxima, a ser transformada em sumptuosa
Basílica. Tudo bem articulado, o
Presidete quando estava de regresso de Roma, onde foi formular o convite ao
Papa, também já articulou com a Presidente da Argentina a Madame Cristia
Kirchner.
Como forma
de reforçar a impressão ao Papa, conhecido como Papa Revolucionário
Esquerdista, Cristina Kirchner, Presidente da República da Argentina, a terra natal do
actual Papa, iniciou Quinta-feira, dia 17 de Maio de 2014 uma visita
oficial de três dias a Angola, a convite do seu homólogo, José Eduardo dos
Santos. Terminado esse ciclo de lobbying estava assim
definido o ano em que o novo papa viria a Angola: 2016, aguardemos então!
Em 2011 em gesto de protesto os leigos
católicos realizaram em Angola uma recolha de assinaturas para exigir a
expansão do sinal da Rádio Eclésia em todo o País. Até 2012 mais de 50 mil
assinaturas foram recolhidas e que seriam submetidas aos órgãos do regime para
tentar a sorte. Até aqui nem água vai nem água vem. Para o cinismo típico do
regime angolano, a Rádio Mais caiu de para-queda e é ouvida em muitas províncias,
até o Huambo! (Art.º 23 da Constituição da República, ferindo de morte o
principio de igualdade).
Muitos
doadores financiaram, por meio de concurso de subvenções a Rádio Eclésia.
Pessoalmente fui visitante assíduo nos famosíssimos programas “Sociedade
Aberta” e “ Justiça e Paz” que eram apoiados por vários doadores de origem
europeia e americana. Programas com brilhantíssima audiência que pela obra do
Sr Quintino Candange estes programas foram vilmente censurados e encerrados
(Missão Cumprida)!!!
Na sequência
da morte inexplicável do Director da Rádio Eclésia substituiu o actual Director
S. Excelência Senhor Quintino Candange. O papel do ilustre Senhor Quintino
Candange na Rádio Eclésia tem sido espectacularmente magnifico pela censura das
pessoas, dos programas e das notícias traduzidos numa veloz depuração da Rádio
e sepultando desta forma a missão da emissora. Assistindo à fuga de quadros e
os despedimentos absurdos revelando falta de estratégia, de visão, de sonhos
mas é pura ilusão, a missão é mesmo esta: esvaziar a rádio de seus objectivos
básicos e primários que a liberdade, a paz e conscientização do povo de Deus
sobre o valor da verdade. A Rádio Eclésia toma atitudes que violam mortalmente
o preceituado na própria liberdade de imprensa num Estado de Direito
Democrático (nº2 do Art.º 5º e o nº 2 do Art.º 6º todos da Lei 7/06 de 15 de
Maio- Lei de Imprensa).
6. UNIÃO EUROPEIA, GOVERNO ANGOLANO E
ACTORES DA SOCIEDADE CIVIL
O
Governo Angolano, desde a Independência (1975) buscou sempre seus apoios na
Europa quer por imperativos da Colonização quer pela aprendizagem da própria
Governação Pós-Colonial. O Governo angolano tem vários (múltiplos acordos de
financiamentos e trocas comerciais donde regra geral Angola vende
matérias-primas e em troca recebe bens industriais diversos). Depois dos
supérfluos bilhões da China Angola caiu numa crise sem precedente e o grito de
socorro ecoou na Europa. O FMI uma Instituição liderada maioritariamente pelos
executivos europeus, será o “colete salva-vidas de Angola” a não ser que este
almejado empréstimo venha a ser também devolvida depois de 24 meses por se
suspeitar ser de corrupção e desestabilização.
Das
dívidas externas actuais de Angola, a volta de 48 bilhões senão mesmo 50 Bi,
para além obviamente da China, a Europa maioritariamente Países da União
Europeia são os principais credores de Angola e também os maiores fornecedores
de bens.
Angola
faz parte dos Países ACP-Africa Caraíbas e Pacíficos que são partes do Acordo
de Cotonou, onde para além da cooperação económica entre a União Europeia e os
países ACP, capta também os aspectos não económicos, tais como o diálogo
político e o envolvimento de actores não estatais. Actualmente, a cooperação
política é uma componente fundamental do Acordo de Cotonou. Assim, Angola tem
vários canais de acesso aos dinheiros da União Europeia aos milhões. Angola
sobrevive das dívidas e não se pode arrogar soberano economicamente falando e a
crise veio mostrar exactamente isto. Vive com a mão estendida pedindo, pedindo
e pedindo cada vez mais.
De
acordo com o Comunicado da Delegação da União Europeia em Angola, vimos dar
nossa contribuição para repudiar a postura de um Director de uma Rádio que se
desejava democrática. Na nossa qualidade de membros da Sociedade Civil que
pugna, noite e dia na busca de espaços democráticos no País e também Católicos
convictos das virtudes cristãs que são também as “raízes da democracia” que até
a União Europeia descende da “Republica Christiana”, do que sabemos, da União
Europeia, ela não distribui dinheiros por meios obscuros como acontece com o
Regime Angolano, na compra de consciência e no favoritismo, nepotismo,
corrupção ou ainda financiamento de sofrimento do povo.
Anualmente,
a União Europeia lança concursos públicos de subvenção em muitas áreas. As mais
conhecidas são duas: INSTRUMENTO EUROPEU PARA DEMOCRACIA E DIREITOS HUMANOS e o
outro é PROGRAMA DE APOIO AOS ACTORES NÃO-ESTATAIS. Estes dois instrumentos (e
muitos outros) reforçam a capacidade de vários actores quer associações quer
ONG’s quer até indivíduos singulares a melhorar a cidadania a sua relação com
democracia bem como a monitoria dos Direitos Humanos. Encoraja a parceria com
as instituições do Estado como reforço
do poder local no caso dos CAC’s em Angola.
O
Governo é beneficiário indirecto desses esforços porque se direcciona para
vários sectores como formações, liberdades de expressão, segurança alimentar,
educação etc. Os actores no caso vertente a Rádio Eclésia, se achando a altura
participou do concurso público de subvenção por meio de apresentação VOLUNTÁRIA
de candidatura e elaborou a proposta de
projecto. Submeteu a avaliação e num período não inferior a 3 meses conheceu o
resultado favorável e no caso a proposta de projecto apresentado pela Rádio
Eclésia foi aprovada pela União Europeia.
Depois
desse período vem a fase II que é assinatura do Contrato conhecido, lido e
entendido pela Radio Eclésia (pacta Sunt Servanda) se do contrato constasse o financiamento de um Golpe de
Estado então a denuncia seria no mesmo dia antes da assinatura e muito antes de
recebimento em conta bancária das transferências dos activos. Não! A Radio
Eclésia assinou o Contrato de Subvenção por meio do qual se propôs a realizar
os objectivos do contrato e que sua capacidade, conhecimento, competência,
coerência com os valores da democracia constante no projecto que apresentou buscando
financiamentos se mostrou capaz.
Depois
de 24 meses fora INCAPAZ de prestar contas credíveis. Uma auditoria idónea
dentro dos valores europeus da transparência assumida no Contrato pela Rádio
Eclésia, acharam que do montante financiado a informação financeira credível
não justificou aproximadamente 150 mil Euros. Por Contrato assinado pela Rádio
Eclésia o dinheiro não justificado significa que não se usou para o objectivo
ao qual tinha sido financiado e deve ser devolvido ao seu proprietário
originário.
A
Rádio Eclésia na pessoa do seu Director, o Senhor Quintino Candange, não estão acostumados
a prestar contas com lisura como é cultura dos parceiros do regime angolano. Os
dinheiros voam e são distribuídos como prendas de aniversários natalícios e não
existe compromissos com a transparência, com a seriedade pior um pouco com
resultados e impactos nas vidas do povo. A União Europeia é diferente do Poder
Popular Angolano. Tem compromisso com a democracia, o bem social, a paz geral e
sobretudo com a verdade.
Assim,
o Senhor Quintino Candange recorrendo à fábula das uvas: “ a raposa esfomeada
encontrou uma árvore de uvas madurinhas. Famélica lançou-se voluntariamente ao
concurso público de tirar as uvas e matar sua fome, lutou até que não conseguiu
alcançar o objectivo a que se propôs, com sua fome contemplou as uvas e ladrou:
essas uvas são verdes não prestam para mim e vou-me embora”. O Director da
Eclésia para ocultar seu indisfarçável compromisso em coarctar a liberdade de
imprensa e de expressão para homenagear a ditadura do proletário, depois quase
burlar os repórteres com magazines não pagas e por conseguinte os profissionais
pararam de enviar seus trabalhos, o que obviamente dificultou o alcance dos
objectivos preconizados no projecto aprovado e financiado pela União Europeia,
o Sr Director da Rádio lançou-se vergonhosamente a União Europeia depois de
assinar contrato (pacta sunt servanda) depois de estar dois anos inteiros em
silêncio com dinheiro alheio. Se estes fundos viessem de um Banco Credível e no
interesse lucrativo que não é o caso das subvenções da União Europeia, o Banco
iria penhorar a tal Radio Ecclésia mas
em Angola isto não existe.
Da
Escola da Ditadura do Proletário aprende-se uma “fanfarrona vergonhosa” que o
Director da Ecclésia usou e deita ignomínia sobre toda a Igreja Católica ao se
apropriar do discurso barato, vulgar, pecaminoso, chantagista, escapatório,
ilícito e acima de tudo sem ética e totalmente imoral: a UE estava a
financiar “órgãos de comunicação social em Angola com vista a derrubar o
governo” e que, por isso, havia devolvido “EUR 149 mil à União Europeia por a
Rádio Ecclesia não concordar com essa posição. Devolvemos o dinheiro em pleno
tempo de crise”. Se tivesse os rudimentos mínimos de ética nem chegaria a
apresentar a proposta de financiamento; se passasse dessa fase, nem sequer
assinaria o contrato de subvenção depois de ler e identificar nele a tal
intenção. Se fosse minimamente sábio não esperaria o relatório da auditoria
credível para depois devolver o dinheiro…e tanto tempo com dinheiro alheio,
porquê?
Finalmente,
nós encorajamos a União Europeia a ter paciência, os frutos da democracia
beneficiam a todos. O princípio é de que “todo um Governo que é cruel com seu próprio
povo é uma ameaça global, porque um dia irá ferir os vizinhos e depois o mundo”.
Os angolanos do bem, que não acreditam no conto de fada de Golpes de Estados do
Sr. Quintino Candange e fazendo-o lembrar que a Igreja Católica não é
propriedade de alguma pessoa física mas sim património celestial entregue aos
cristãos por intermédio do baptismo e compromisso (CREDO) e ir distribuindo as
virtudes por meio do Evangelho. A Rádio Eclésia é um meio colectivo para o bem
que é evidentemente o orgulho privadíssimo dos católicos de Angola.
Alguns
Bispos angolanos, primeiro precisam urgentemente emancipar-se do Regime Politico
que lhes vem manipulando há tanto tempo, lutando muitas vezes contra suas
próprias ovelhas. Os Bispos sabem que muitas de suas funções têm sido abdicadas,
por vezes perturbadas e muitas vezes subvertidas pelo Poder Político, e que das
interferências políticas nas vidas sacerdotais e paroquianas através de Bispos
subservientes, tem perturbado o normal funcionamento da Igreja Católica
sobretudo em Cabinda. Mas Huambo não tem sido uma excepção nas suspeições
dessas interferências… Não haverá surpresa se um dia a lista de ordenações
sacerdotais e de Consagrações Religiosas tiverem que ser aprovadas pela Casa
Militar da Presidência da República e pelos serviços secretos locais, se assim
já não tem sido. Essas condutas, deveras, preocupantes têm manchado o bom nome
da Igreja, tem perturbado a doutrina e acima de tudo “ tem devorado a riqueza
da cristandade” que é a fé, que é a vocação das almas para o Céu. Aqui também
seria o lugar de dizer que muitos padres diabolizados em Cabinda tais como Raul Taty e Casimiro Congo, a gesta tem
sido maquinadas mais nos gabinetes sombrios do Regime do que nas Arquidioceses,
embora a viva-voz tem sido emprestada pelos Bispos do Regime, gestores dos
recados do Presidente da República, que não vendo o valor da liberdade
estigmatizam os padres que pensam com suas próprias cabeças e promovem padres de condutas e vidas impróprias como este aí da Rádio Eclésia.
Os
Bispos da CEAST precisam urgentemente reflectir, o erro que está na gestão manipulada
pelo Regime de forma subversiva da Rádio Eclésia que tinha sido criada para o
Bem quando ainda este Governo não existia.
A
posição do Director da Eclésia é uma mancha lamentável ao bom nome da Igreja
Católica e uma revelação clara de uma crise de identidade católica e também uma
crise de recursos humanos para elevar a qualidade dos projectos sociais da
Igreja Católica em ganhar as almas para Cristo.
Ao
senhor Quintino Candange recomendo uma introspecção profunda e auto-avaliação;
está claro que se encontra num lugar errado. Eu sugeriria num comité de
especialidade ou numa esquadra policial ou então nas hostes de serviços
secretos. Porque é naqueles lugares onde este tipo de escândalo tem
acolhimento. Na Igreja Católica exige-se a piedade, a moral, a ética, a verdade
e repugna-se sintomas de roubo e depois subterfúgios inúteis, circunlóquios e
verborreias próprios dos políticos baratos e vergonhosos. Mas a humildade
típica da Igreja Católica, as suas virtudes e riqueza cristã de tolerância e
perdão têm sido reiteradas e abusivamente aproveitados pelo Regime da Ditadura
do Proletário angolano!
Milhares
de angolanos morrem todos os dias de fome, de malária, de febre-amarela, de
SIDA, de perseguições políticas, de ditadura; a corrupção tem permitido vidas
angolanas se perderem dia após-dias. Todos esses males foram recentemente
denunciados pela CEAST na sua Conferencia do Ndalatando e a Rádio Eclésia por
intermédio do agente Quintino Candange, está a lutar contra os valores
defendidos pela CEAST. Está a lutar contra as virtudes católicas plasmadas em
todas as encíclicas papais.
O
Agente Quintino Candange manifesta um discurso que é contra-senso na Igreja
Católica e não vincula a doutrina nem a moral da Igreja mas pode vincular seus
cúmplices e correligionários políticos mesmo vergando túnicas brancas como
“verniz na unha” promovendo um sacerdócio venal como o apostolado de Judas
Iscariote.
O Governo Angolano não se daria ao luxo de
desprezar as ajudas externas porque é disto que vive…mesmo assim não se consegue
curar paludismo, malária ao povo angolano, não se consegue fornecer água
potável ao povo; os bancos estão caindo como corpos leprosos em bancarrotas ao
mesmo tempo que as prateleiras das lojas e os balcões das padarias estão às
moscas. Ainda há preconceito de derrubar governo e ou financiar para
desestabilizar e criar alternâncias”!? oh, então numa Democracia, num Estado de
Direito a alternância democrática é crime?!
Mas,
a Rádio Eclésia seria pequenina e mesquinha demais para ser suficiente para se
desestabilizar ou derrubar um Governo.
Desestabilizar
um País e derrubar o Governo Com Rádio? E ainda só está numa Província que é
Luanda?
Em
Angola é possível; se tivermos em conta que 17 jovens foram presos e acusados
de Golpe de Estado com o simples facto de terem lido um livro. Se tivermos em
conta que os religiosos da Igreja Luz do Mundo foram massacrados só por viverem
seu Deus livremente fora da música cantada pela Ditadura radical… Também em
Angola é possível a potência militar regional ser derrotado pelos adolescentes que
protestam contra a pobreza, que reiteradas vezes, são torturados, presos, alguns mortos a
jacarés e outros ainda mortos a tiros nas esquinas sem então contar os que
morrem de formas estranhas inimagináveis….Assim, o Agente Quintino Candange
encontrou o pretexto mais barato para fugir a responsabilidade contratual de
prestar as contas do que deve. E chamar a solidariedade policial e marcial do
Governo que faz da chantagem, manipulação e calúnias, seu método único de
(des)governação.
Afinal as alternâncias de poder político
acontecem como imperativos de democracia.
E só numa ditadura como a nossa, que se prepara para sucessão dinástica como
no Egipto dos Faraós, e por isso têm medo das alternâncias democráticas.
Felizmente, no caso angolano, as alternâncias políticas vão acontecer mesmo e
será mais cedo do que se imagina.
7.UMA RECOMENDAÇÃO A UNIÃO EUROPEIA:
Tome
nota da atitude de parceiros chantagistas mas tomem nota ainda mais do
Ministério de Relações Exteriores de Angola que tem sido a mão mais estendida a
pedir ajuda externa.
Definitivamente,
a União Europeia em apreço e a comunidade internacional por extensão, devem
entender definitivamente que apoiar uma ditadura é de facto um desperdício de
recursos, inteligência e de prestígio. As ditaduras são preconceituosas, sem
decoro, sem ética e acima de tudo ingratas; este é o caso de Angola, vivendo de
esmolas das ajudas e dívidas externas mas insistindo numa ingratidão contumaz.
A
União Europeia deve deixar de ser paternalista para com Angola: “ninguém em sã
consciência aposta num cavalo que não corre”. E, o Governo ingrato deve caminhar
com os seus próprios pés mesmo que o caminho termine em abismo como se vive
actualmente.
E,
finalmente, a União Europeia deve reavaliar todos os acordos e termos de
cooperação com Angola e se possível suspender ou mesmo cancelar todos os
acordos de cooperação (a norma da reciprocidade) quem mais fica prejudicado é
Angola que tem pouco ou nada em troca com a União Europeia.
A União Europeia em apreço e a comunidade
internacional, não se devem intimidar pelos alaridos de um mau prestador de
serviço público.
Quanto
ao Director da Rádio Ecclésia, o agente Quintino Candange, ele levantou de
forma infeliz, vergonhosa e covarde a bandeira da demagogia e populismo próprio
da Ditadura do Proletário para não prestar contas e manifestar competência,
habilidades e lisura como manda as melhores regras de cooperação neste tipo de
projecto. Então que seja mesmo perdoado por esta fraqueza emocional e desvio de
atenção e que de forma correcta deve honrar o compromisso assumido
contratualmente e devolva o que não lhe pertence (pacta sunt servanda); mas a
nossa Rádio Eclésia precisa de mais ajudas externas para difundir o sinal em
todo o País e levar a liberdade de expressão juntamente com Evangelho de Cristo
aos confins da Terra Angolana.
Quanto a nós iremos lidar com vexame de uma Rádio
Eclésia subvertida à causas não-democráticas e que o seu Director tem sabido
representar bem o Governo autoritário, monolítico e preconceituoso, e que será por esta via condecorado com honras
marxistas-leninistas mas não terá grande glória.... Esta é a nossa singela
opinião e aberto ao debate com o agente Quintino Candage no interesse da
liberdade de expressão da qual sua Excelência Director não deve ter vocação. O
Governo angolano que sustenta todas as suas ambições políticas com dinheiros de
mendigar ao exterior do País continuará na carreira da mendicidade porque aqui
há crise provocada pela corrupção, desvio de fundos sem transparência,
nepotismo e clientelismo.
Assim,
a União Europeia será como sempre foi o recurso do Governo Angolano nos termos
dos acordos e dos tratados internacionais porque o Governo angolano não
sobrevive à sua própria custa, mas sim agarrado de forma cronica as ajudas
externas e aos recursos naturais.
Por
isso, mais do que ninguém, este Governo precisa do paternalismo muitas vezes
cúmplice da comunidade internacional e dos dinheiros das instituições europeias
como também sempre precisou das armas fabricadas na Europa para matar o seu
próprio povo e os cassetetes fabricados na Europa para vergastar as zungueiras
empobrecidas pela corrupção e também muitas vezes o dinheiro dos empréstimos
estrangeiros como este que está por vir do FMI servem para financiar o
sofrimento e a opressão do povo angolano.